quinta-feira, 17 de julho de 2008

Oito espetáculos na quarta-feira



O grupo Camarote de Conselheiro Lafaiete abriu a maratona de teatro da quarta-feira. Sete espetáculos foram encenados em pontos diferentes da cidade. Histórias cantadas e contadas, a primeira peça do dia, abordou o folclore. A atriz Maria Zilda tocou violão para acompanhar as cantigas de roda. "Ensaiamos pouco porque nossos horários de trabalho são diferentes, mas deu tudo certo. As crianças cantaram conosco", anunciou Maria Zilda.

A segunda peça, Quem roubou o meu futuro, do grupo Meninas Gerais, de Alfredo Vasconcelos, levou os espectadores ao Teatro Municipal. Este texto já angariou prêmios em festivais mineiros. "Conquistamos seis troféus em São João Nepomuceno e estamos contentes em participar do FACE. A cidade está de parabéns por promover e acolher tão bem os grupos teatrais", afirmou o diretor e ator da peça, Fábio Sena.

Mais cinco espetáculos contemplaram a noite lafaietense. Pessoas puderam conferir o trabalho do grupo teatral Língua Nervosa, de Contagem, com a história Em defesa da vida. Montaram um tribunal na Praça Chiquito Furtado para encenarem o julgamento do povo. Os atores usaram fogo e números circenses como malabarismo e pirofagismo em sua atuação. "O grupo me convidou para tocar, sou músico e gostei muito. É interessante ser assistido assim, na rua com os nossos truques e música", explica o baixista Téo, ele foi o escrivão do julgamento.

Logo em seguida, a platéia, constituída por delegações de artistas, seguiram para o Centro Cultural da Escola Estadual Narciso de Queirós. A famigerada artista Débora Soares, personalidade sempre presente no FACE, atuou em Hotel Treis Estrelas com o grupo de Poços de Caldas, Força Livre. Sua personagem, Burguesina, fingia, juntamente com sua filha, ser rica. Encontraram um dono de hotel de três estrelas para aplicar o golpe do baú, no entanto ele fez o mesmo com elas. No fim, eles se uniram, ao descobrir as trapaças. O Teatro do Estadual lotou e ouviu-se gargalhadas por todo o tempo do espetáculo.

O público separou-se para assistir a dois espetáculos: a comédia Anjos não têm sexo... mas fazem!, do grupo Trupe Teatral Fáceis Corpus de São João Del'Rey e Medéia de Bandido do grupo Ossanha de Ouro Preto. Este espetáculo surgiu na Universidade Federal de Ouro Preto. "A peça nasceu de um trabalho de conclusão de curso. Trabalhamos nela desde outubro de 2007 e há dez dias a estreamos em Ouro Preto", confidenciou o diretor Marcelo Costa. Os especatdores ficaram no palco, contornando-o sentados em caixotes. As escadas que levavam ao teatro estavam cobertas de peças de roupas e panos com manchas de sangue. Logo na entrada do teatro havia uma peça de carne pendurada em um gancho de açougue. Luzes vermelhas, bem fracas e sons como caixinha de música choro de criança impressionaram o público. "A peça é forte. O nome do nosso grupo também. Escolhemos Ossanha por ele representar uma personalidade temerosa", conclui o diretor.

Para fechar a noite, a Casa do Teatro serviu de palco para o monólogo Nem perdão nem esquecimento do grupo Dois de Teatro e dança de Belo Horizonte. Os convidados se dispuseram em um semicírculo para desfrutarem da atuação que contou com uma luz bem suave e pétalas de rosas vermelhas formando um tapete para o ator.